sexta-feira, 8 de junho de 2018

Quero sua risada mais gostosa Esse seu jeito de achar Que a vida pode ser maravilhosa...



é que a vida não para enquanto se faz um doutorado. não para. as pessoas nascem. as pessoas adoecem. as pessoas casam. as pessoas morrem. as pessoas fazem aniversário. tem copa. tem eleição. tem olimpíadas. tem festa junina do sobrinho. tem dia das mães. tem visita dos pais. tem visita da amiga. tem encontro com um carinha novo. tem novela. tem literatura. tem muita literatura. tem amor. tem medo. tem solidão. tem saudade. tem vida. o doutorado tá dentro da vida. a gente queria. eu queria. queria que por quatro anos só existisse o doutorado dentro da vida. mas não é. sobra coisa dentro da vida. e sobra isso tudo aí em cima. e isso tudo. isso tudo a gente tem que viver. viver enquanto faz um doutorado. na verdade. no meu caso. no meu caso o doutorado só caminhou. ele só caminhou enquanto eu tinha vida. enquanto eu estava feliz. toda vez que não queria mais vida além do doutorado. as duas vezes que eu tentei fazer da minha vida só o doutorado. a vida veio. a vida veio  e me mostrou. me mostrou que não dava. me mostrou que pra fazer um doutorado é preciso ter vida. é preciso estar feliz. doutorado sem vida, não é vida. é quase não viver. e a vida me mostrou isso. me mostrou não só uma vez. me mostrou duas vezes. e eu entendi. mas ainda não aprendi. eu entendi mas ainda não aprendi que dá pra fazer doutorado e ter vida. que dá pra fazer um doutorado e ter vida e não ter culpa. e, não tendo culpa, ser feliz.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

não mexe comigo, que eu não ando só, eu não ando só, que eu não ando só, não mexe não!


o que aconteceu? o que mudou? eu descobri. eu descobri que eu escolhi. eu escolhi. depois de quase 6 anos. sem saber o que eu queria. eu escolhi. eu escolhi a mesma coisa. então talvez. então talvez com certeza. fosse que eu queria. é o que eu quero. mas eu criei. eu criei toda uma situação. ou co-criei. toda uma situação. uma situação que me desse a chance. que me desse a chance de desistir. e eu tive. não foi fácil. não foi fácil a situação. ela estava ali. eu passei por ela. eu passei maior. eu passei mais forte. e maior e mais forte eu não desisti. eu escolhi de novo. como se fosse uma crisma. eu confirmei meu batismo. se fui batizada sem saber se queria. fui crismada sabendo. e escolhendo. e hoje. quase um ano depois que eu escolhi. eu estou feliz. estou feliz por ter escolhido. e estou feliz por ter escolhido de novo. estou em paz. estou em paz com a minha escolha. e eu estou feliz. feliz. 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

A chama em meu peito Ainda queima, saiba! Nada foi em vão...




Sinto que essa tese é de tanta gente. Tive tanta gente do meu lado, me apoiando, me olhando, me dando a mão, pagando minhas contas, enxugando minhas lágrimas. Foram tantas coisas. Foram tantas pessoas. A sensação de terminar a tese é exatamente a sensação que um amigo um dia me disse: é de olhar pra ela e pensar: putz, eu consegui. Eu fiz isso. E se eu consegui fazer isso, eu posso fazer qualquer coisa. To pronta pra qualquer coisa. E eu tô bem maior do que eu era. É não entender como, depois de se quebrar em tantos pedaços e tantas vezes, a gente pode estar maior e melhor no final. Um doutorado é uma escolha para, pelo menos, quatro anos. É você, nesses tempos líquidos, se manter firme a uma escolha que fez, por quatro anos. Mesmo que em muitos desses quatro anos essa escolha não faça mais tanto sentido. É procurar, lá no fundo da gente esse sentido. E encontrar. Talvez numa trombose, talvez numa cirurgia de retirada de um tumor do cérebro, talvez numa mesa de bar com os amigos, talvez numa conversa de vídeo pelo whatsapp com a família distante, talvez no carinho do namorado, talvez na solidão de um livro (ou na solidão de um namorado ou no carinho de um livro). Encontrar o sentido. O sentido daquela decisão de quatro anos atrás (no meu caso sete e meio!) dentro da gente, no nosso dia a dia. O sentido daquela decisão que muitas vezes é só uma decisão. Mas muitas vezes é A decisão. Fazer um doutorado é encontrar sem procurar tudo o que tem de pior dentro da gente. O medo, a insegurança, a angústia, a baixa autoestima, a solidão, a carência, a infância, a adolescência. é encontrar dentro da gente o pai, a mãe, os irmãos (cada um deles, no meu caso). É encontrar dentro da gente aquele professor maravilhoso, aquele professor horroroso, aquele colega que fazia bullying, aquela amiga que era só amor, aquela apresentação assustadora daquele trabalho na faculdade, aquela prova de cálculo. É encontrar a saudade de estar longe. Aquela solidão de ser esse um problema quase que só seu (embora tenha muita gente ali querendo dividir um pouco desse problema). Mas a gente sabe que não. A gente sabe que esse é um problema que é só nosso. Esse é um monstro que é só meu. Que eu criei, que eu reguei, que eu cultivei. Com muita dor. E com muito amor. Então, fazer um doutorado é, acima de tudo, ter coragem. Ter coragem de ter esperança. Esperança de que vai dar certo. Esperança em cada palavra, em cada frase, em cada paragrafo, em cada tópico, em cada capítulo, na tese. Esperança que um dia vai acabar. Esperança na defesa. Esperança de que a tese vai te servir pra muita coisa. Esperança de que aquilo vai mudar sua vida. Mas o que eu sei. O que eu sei hoje é que eu não sei o que eu vou fazer com essa tese. Mas eu sei também, que essa tese já fez muito por mim. Me fez crescer uns mil anos em sete. Me fez me procurar dentro de mim e me achar. Às vezes gostar. Às vezes gostar muito. Às vezes não gostar. Às vezes não gostar nem um pouco. Mas me procurar. E me achar. E aprender quem eu sou. E melhorar. Todo dia. Fazer essa tese foi um sofrimento diário, sustentado por momentos esporádicos de alegria. A resposta positiva do orientador. O encontro de um artigo, de um argumento. A escrita de um parágrafo que muda tudo. Que é luz. Que é vida. Uma amiga me falou e eu concordei e costumo repetir por aí que existem dois tipos de pessoas que não entendem o que é fazer um doutorado. As que nunca fizeram e as que fizeram mas que nasceram pra isso. No meu caso, eu fiz, mas não nasci pra isso. Aprendi a fazer isso. Aprendi a duras penas. Aprendi pra ir atrás de um sonho. Aprendi sonhando. Sonhando vários pesadelos. Pesadelos que me convenceram, sempre, a não desistir do sonho. Isso era pra ser uma carta de agradecimento e não um desabafo. Mas foi assim. Um desabafo. Porque as coisas estavam aqui. Dentro de mim. E precisavam sair. Agora. Nesse momento. Não era do Plano Marshall que eu precisava escrever. Nem do New Deal. Nem da Guerra Fria. Era disso. Era dizer que tem muita coisa dentro da mim. É querer deixar registrado pra quando eu tiver passando por outra dificuldade, lá na frente, eu olhar e enxergar o meu tamanho. E é grande. Meu tamanho é muito grande. E meu tamanho depois dessa tese é mais do que grande. É gigante.  


obs: eu ainda não terminei a tese, eu ainda não defendi a tese. mas, de alguma forma, eu já sinto isso tudo. eu sinto que já deu tudo certo. 

quarta-feira, 1 de março de 2017

a fé no que virá e a alegria de poder olhar prá trás




Quando a gente cresce, mas ainda precisa de um Raimundão.

Eu não sei desde quando sou assim, se desde muito pequena, se desde um pouco maior, se desde que nasci. Mas sei que desde que me entendo por gente, minha força nunca esteve dentro de mim, sempre esteve fora, na cabeça e na boca das outras pessoas. A minha confiança nunca foi minha, sempre foi roubada ou emprestada por alguém disposto a me empoderar. A palavra da moda.
Lembro da formatura do pré, quando fui oradora da minha turma. Acho que ali, com 6 ou 7 anos, já tive pesadelos com a leitura do discurso – que pasmem, eu tinha escrito, com meus 6 ou 7 anos. Eu já sabia ler e é claro, era a menina que melhor lia na sala, por isso me foi dada essa missão. Ao invés de ler, decorei. Deu tudo certo. Mas era simples, era só ler. E ler era uma coisa que eu sabia muito fazer. Lembro do meu pai me dizendo que estava ótimo, que eu estava pronta e isso me ajudava muito. Mas no fim, decorei. Fingi que percorri as linhas daquele texto colado em um papel rosa de embrulho de padaria antiga, acho que papel manilha, enquanto declamava as frases decoradas. Deu certo. Engasguei claro, uma ou duas vezes, mas ninguém percebeu.
Depois vieram outras situações. A necessidade de ouvir da boca dos outros que minha letra era bonita, que eu jogava bem vôlei, ou handebol ou basquete, todos os esportes que passei e não continuei. Talvez porque ninguém me disse que eu era boa. Mas eu fui da equipe do vôlei, da equipe de handebol, rodei belo horizonte inteiro competindo com os outros colégios. Mas não era a melhor do time, tinha gente melhor. Mas eu estava lá. E mesmo assim, não era suficiente. Uma vez, a melhor menina do time disse assim, no meio de um jogo: “olha como a Marina passa a bola direitinho”. Isso, só isso, mas ouvir aquilo me fez continuar no time, enquanto deu.
Depois veio o Raimundão. Quando eu estava no segundo grau e tinha prova de física, por mais que eu estudasse, eu só ia bem na prova se fizesse aula particular com o Raimundão. Não porque ele me ensinava o que eu não soubesse. Mas porque ele simplesmente me dizia que eu já sabia tudo e que podia ir fazer a prova. E eu ia e fazia e acertava tudo. Mas se eu não fosse e não escutasse tudo aquilo, eu ia mal, muito mal.
Depois veio o vestibular e a UFMG. Eu tinha plena condições de passar nessa universidade. Mas na minha sala tinha mais 5 pessoas muito inteligentes que iam tentar economia lá e na minha cabeça, como eles eram muito mais inteligentes do que eu, quem ia passar eram eles. Me boicotei. Não estudei pra segunda etapa. Não conseguia abrir um caderno. Fiquei anos repetindo pra mim que é porque eu queria estudar em viçosa, igual meu pai ou minha irmã. Mas não era. Era mais fácil não passar não tendo estudado. Era muito difícil não passar tendo estudado. Não me interessava saber que tinham 50 vagas. Eu só conseguir pensar que na minha classe tinha 5 pessoas muito mais inteligentes que eu e que é como se o sexto lugar não fosse possível, não existisse.
Daí veio a faculdade e as coisas deram certo muito rápido. Muito rápido eu comecei a tirar as melhores notas da classe. E as pessoas começaram a fazer uma ideia da marina muito inteligente que só tira as melhores notas e que também toma cerveja! E durante a semana! E duas ou três vezes. Como ela consegue? Daí não consegui me livrar da ideia dessa marina que me fizeram. Eu bebia cerveja e eu estudava. Porque era assim que eu era né. Assim que as pessoas achavam que eu era e era assim que eu tinha que ser. A cada prova existia um medo de decepcionar as pessoas, o que hoje vejo que na verdade era me decepcionar. É quando a gente se torna meio a métrica da sala: nossa, até a Marina foi mal! Às vezes me dava o direito de ir mal, de não estudar, mas tudo muito bem anunciado. Fazia questão de deixar, de forma bem delicada, todo mundo saber que não gostava dessa matéria e que não ia estudar e que queria tirar nota suficiente pra passar. E só. Como se eu devesse alguma coisa pra alguém. Mas não, na verdade, cada vez que eu repetia que não ia estudar, eu repetia pra mim mesma. Pra acreditar, pra me convencer que era boa, que só não ia tirar nota boa porque não estudei. Ouviu, Marina? Você continua inteligente, você só não quer estudar, mas se você quiser, você vai tirar a melhor nota do mundo.
Daí veio a prova do mestrado. A ANPEC. Eu me media pelo Torresmo, um veterano bem vagabundo que tinha passado no Pará. Eu pensava, se ele passou no Pará, eu vou passar também, basta tentar algum lugar bem fácil. E tentei. Mas hoje olho e penso: porque me medir pelo menino mais burro? Tinha uns lá, meio burros e meio inteligentes, normais, sei lá, que tinham passado na UFMG. Mas nunca, nunca pensei: se o Limão passou na UFMG eu também passo. Não. Tinha que ser bem burro. Aí conseguia me comparar.
Acho que Deus, que eu não acredito, é bom e me fez tentar um curso bom. E passei na UFRGS. Mas aí, começou tudo de novo. O vício em ser a melhor da turma. E era. A melhor ou a segunda melhor, intercalava. Mas fazer prova, era muito fácil. Essa vida toda, competindo comigo mesma, me ensinou a fazer prova. Mas apresentar trabalho era um drama. Dar estágio docente era um sofrimento. Os dias que antecediam as aulas que eu precisava dar vinham acompanhados de uma vontade de ficar bem encolhida no cantinho da minha kitnet, sentindo um desespero e uma dor que chegava a doer no corpo, não só no estômago.
Aí entra o Luciano. Acho que meu segundo Raimundão. Era mais velho, do Doutorado. E me achava incrível. Achava incrível a minha capacidade de ser estudante, de conseguir selecionar o que estudar pra prova, meus resumos pra prova. Dizia assim: se eu fosse esperto como você com a sua idade, eu teria ido muito longe. E isso me fazia continuar, várias vezes. Na época de escrever o projeto de dissertação, numa crise parecida, mas em menor escala, com a de hoje, eu disse que não conseguia escrever e ele olhou pra mim e disse: “bah, você?” E ouvi isso e sentei e escrevi. E pensando nessa frase, escrevi toda dissertação e o projeto de doutorado. E deu tudo certo. E na minha dissertação eu agradeci a ele, que considero meu tutor no mestrado, embora nunca tenha me ensinado nada.
Até que comecei o doutorado... e aí, preciso pensar mais um pouco. Antes de escrever. Porque não lembro de nenhum Raimundão e nenhum Luciano. Talvez seja esse o problema....


segunda-feira, 25 de julho de 2016

portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar




já li e ouvi de diversas pessoas (aqui não tem que ter referência, né?) que o ato de conseguir escrever, seja uma peça de teatro seja uma tese de doutorado, é algo que necessita de prática. parece que quanto mais fácil de se ler um texto, mais difícil é de se escrever esse texto. só escrevi isso, porque não queria perder essa frase que acabei de ler e foi falada por algum escritor importante que não me lembro o nome. sabia que Victor Hugo escreveu Os Miseráveis de pé? vai entender... e eu não consigo escrever minha tese sentada ou deitada no conforto do meu quarto. será isso? será que o conforto me impede? ainda não criei coragem para ir para a biblioteca. hoje é só o primeiro dia da se não me engano décima vez que recomeço a escrever minha tese. é uma situação tão ridícula. qualquer pessoa teria desistido. ou eu mesma teria desistido de qualquer outra coisa. então pq, pq diabos não consigo nem fazer nem desistir? pois fui pra academia, voltei, arrumei casa, almocei, tomei chá, conversei na internet, reclamei, comi um pacote de um biscoito que tinha na dispensa e não consegui ler uma linha. passei pro word umas resenhas que fiz no bloco de notas pq estava sem o pacote office e corrigi os erros de português. a minha relação com minha tese é como de uma adolescente horrorosa apaixonada pelo menino mais bonito da escola. fica o tempo todo pensando nele, tentando se aproximar, mas não se aproxima... pq né...na cabeça dela não vai rolar da menina mais feia ficar com o menino mais bonito da escola. e não vai rolar de fazer essa tese. é assim que sinto. eu sempre gostei de escrever, vide os 12 diários que tenho guardados no meu armário. mas nunca gostei de ler o que escrevia. lembro que quando mandava cartas pra uma amiga, eu odiava que ela as lesse na minha frente. era uma vergonha gigantesca. e era só uma carta. falando banalidades. e a gente tinha tipo 15 anos. ninguém se importa com português ou a escrita numa carta quando se tem 15 anos. mas pra mim era importante. talvez eu devesse pedir essas cartas pra ela. fazer um livro de cartas, como o da Ana Cristina César. Estou viciada nessa mulher. Ela é tão descompensada, tão perturbada. e, de alguma forma, me identifico com ela. Fiquei com essa frase dela na cabeça: "dar aula é como fazer ginástica ou trepar (depois que a gente toma prática não doem mais as pernas".  (CESAR, 20XX, p.XX). é assim que faço na tese, depois não sei o que colocar nos XX pq já perdi isso tudo há muito tempo. não sei o que li semana passada da tese. acho que não sei dar uma aula de 5 minutos sobre as referências da minha tese. Mas sei de tudo que li no livro da Ana Cristina Cesar, que sabe, é lindo e elaborado, mas tem quase todas as  crises que têm no livro da Jout Jout, mas sem se promover, então parece que tudo bem. acho que dar aula é igual a sexo também por outro motivo. as vezes a gente não quer começar, tem preguiça, tanto do sexo quanto da aula. Mas depois de uns minutos que começa, as vezes muitos minutos, confesso, quase sempre é ótimo. tem uma frase que me identifiquei bem também: "Acho que a distância me tira a vergonha de falar da solidão. É difícil falar tudo isso para alguém perto, fica parecendo um apelo, um pedido, uma velada exigência ou reclamação. Como explicar para alguém perto que me sinto sozinha e que isso não significa que não somos amigos, não significa que não gosto de ninguém, não oculta uma reclamação". já desviei de todo o assunto. mas é incrível que eu não consiga escrever minha tese quando escrever sempre foi tudo que me fez bem na vida. talvez por isso eu esteja encantada com esse livro. são só cartas. cartas cuspidas como to fazendo agora. e são literatura pura. e escrever tese é uma chatice. sei não. o jeito é tentar de novo. mais uma vez. quantas paisagens, em quantos quartos diferentes já vivi esse drama. achei que aqui em casa ia ser mai fácil. afinal, foi aqui que fiz a dissertação, foi aqui que fiz aquele maldito artigo de econometria depois de muito choro, foi aqui que estudei pra ANPEC, foi aqui que me preparei pra tudo que deu certo na minha vida. acho que existe uma linha tênue entre conforto e acomodação. e eu não sei de que lado eu estou. sei que esse quarto é muito confortável. mas que não sai tese... são 16:10. ainda tenho oito horas até meia noite, que é a hora que eu durmo. vou tentar de novo. depois eu conto. mas não antes de ir ao banheiro, olhar o facebook, comer um pedaço de rosca fazer um café. o famoso playground das trevas.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo



o que mais me dói. o que é mais difícil pra mim. não é passar por isso. é difícil. é difícil sim passar por isso. mas o que mais me dói. o que mais me dói é passar por isso sozinha. é não ter alguém pra me dizer que vai dar certo. pra me dizer que eu consigo. eu sei que eu consigo. eu sei que vai dar certo. mas na maioria das vezes. ou quase em todas as vezes. eu não acredito em mim. o mais difícil talvez não seja passar por isso sozinha. o mais difícil talvez seja não deixar que alguém passe por isso comigo. é não ter coragem de pedir ajuda. é não ter coragem de pedir atenção. sendo assim. o não sendo assim. estou aqui. mais uma vez. estou aqui mais uma vez passando por isso sozinha. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

ouvir, dizer, sentir, saber, rezar, sorrir, negar, ficar, partir




e aqui estou eu. aqui estou eu cinco anos depois. cinco anos depois da primeira postagem desse blog. cinco anos depois da primeira postagem desse blog sobre ser sozinha. aqui estou eu. cinco anos depois. ainda aprendendo a ser sozinha. relendo as postagens não posso negar que não tentei. eu sei desde sempre. eu sei desde cinco anos atrás. eu sei que preciso aprender a ser sozinha. mas sei também. agora mais do que há cinco anos atrás. agora mais que semana passada. que o desafio é muito maior do que pensei. e o que o caminho é mais longo do que pensei. e por isso. bem por isso. não posso evitar tropeçar em cada pedra. cada pedra que existe nesse caminho. é como se nesses cinco anos eu estivesse tropeçando em pedras. pedras maiores, pedras menores. pedras do tamanho que eu vejo. pedras do tamanho que vejo hoje. pedras do tamanho que vi ontem. pedras do tamanho que verei amanhã. pedras que num momento pareceram maiores do que eu. pedras que ficaram tão menores do que eu, tempos depois. pedras que enxerguei maiores do que eu. pedras que me impediram de seguir num caminho. pedras que me obrigaram a seguir por outros. as pedras estão aí. cinco anos depois. dez anos depois. vinte anos depois. sempre estarão. e é sozinha. sozinha que vou enxergar o tamanho da pedra. sozinha que vou aprender a seguir meu caminho, apesar da pedra. sozinha que ou aprender a desviar da pedra. ou passar por cima. sozinha. mas hoje. como muitas outras vezes. as pedras parecem tão grandes.  e eu tão pequena. hoje. como muita outras vezes. eu queria que eu alguém me dissesse o tamanho da pedra. que alguém me dissesse por onde ir. pela direita. pela esquerda. por cima. mas hoje. mais do que há cinco anos. eu sei que eu preciso lidar com ela sozinha.

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