domingo, 27 de junho de 2010

pelas ruas o que se vê, é uma gente que nem se vê


quando eu vi essa música. eu pensei. eu quero ser mãe. essa música, toquinho fez pra sua filha, jade. deu vontade de chorar quando eu ouvi pela primeira vez.


Canção pra Jade

Toquinho


Desde quando eu te vi
Tudo ficou mais lindo:
A rua, a lua, o sol no céu luzindo.
Olhando teu olhar,
Ouvindo a tua voz
Chego a não crer,
A me surpreender, feliz, sorrindo.

Estrela singular
Da luz do amor nascida.
Antieclipse lunar da minha vida.
A cada passo teu
Segue meu coração,
Por entre os móveis,
Calçadas, parques e avenidas.

Viva cada instante, viva cada momento,
Proteja da razão teu sentimento.
Tente ser feliz enquanto
A tristeza estiver distraída.
Conte comigo
A cada segundo dessa vida.

E o tempo vai passar
Ao longo dessa estrada.
Novas estórias lhe serão então contadas.
E você vai crescer,
Sonhar, sorrir, sofrer
Entre vilões, moinhos, dragões e poucas fadas.


quarta-feira, 16 de junho de 2010

quero falar de uma coisa, adivinha onde ela anda



hoje acordei cheia de saudade. saudade de tudo. saudade de 10 anos atrás. saudade de cinco anos atrás. saudades de um ano atrás. saudade de ontem. e não consigo parar de ouvir essa música.

muitas vezes Pedro você fala. sempre a se queixar da solidão. quem te fez com ferro fez com fogo, Pedro. é pena que você não sabe não. vai pro seu trabalho todo dia. sem saber se é bom ou se é ruim. quando quer chorar vai ao banheiro. Pedro, as coisas não são bem assim. toda vez que eu sinto o paraíso. ou me queimo torto no inferno. eu penso em você meu pobre amigo. que só usa sempre o mesmo terno. Pedro onde cê vai eu também vou. Pedro onde cê vai eu também vou. mas tudo acaba onde começou. tente me ensinar das tuas coisas. que a vida é séria e a guerra é dura. mas, se não puder cale essa boca, Pedro. e deixa eu viver minha loucura. lembro Pedro aqueles velhos dias. quando os dois pensavam sobre o mundo. hoje eu te chamo de careta. e você me chama vagabundo. Pedro onde cê vai eu também vou. Pedro onde cê vai eu também vou. mas, tudo acaba onde começou. todos os caminhos são iguais. o que leva à glória ou a perdição. há tantos caminhos, tantas portas. mas, somente um tem coração. e eu não tenho nada a te dizer. mas, não me critique como eu sou. cada um de nós é um universo, Pedro. onde você vai eu também vou. Pedro onde cê vai eu também vou. Pedro onde cê vai eu também vou. mas tudo acaba onde começou.
(meu amigo Pedro. Raul Seixas)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

que eu não sei medir nem tempo e nem medo


hoje. hoje sim é tpm. mas hoje. assim. de manhã. assim que eu acordei. eu pensei. olhei pra 7 anos atrás. olhei pra aquela menina entrando na universidade. sim. 7 anos atrás. saindo de casa. naquele dia. naquele dia eu não parei pra pensar. não. eu nunca parei pra pensar. pra pensar que nunca mais. nunca mais eu ia voltar pra casa. naquele dia eu só fui. naquele dia eu só fiz. eu só andei pra frente. eu só andei. não. não sei se pra frente. mas eu andei. eu fiz a única coisa que eu sei fazer. e a única coisa que eu sei fazer. é. é fazer sem pensar. e agora. agora estou eu. tentando não pensar. fazendo força pra não pensar. porque se eu penso. ah. se eu penso. eu bem sei. eu bem sei que se eu penso. eu não saio do lugar.

****

vem,
tudo é belo por onde eu passei
e será onde eu passar.

(vem. Cartola e Arthur Oliveira)

domingo, 13 de junho de 2010

quando consegue do peito tirar um espinho, é que a velha esperança já não pode morrer



era domingo. e pra ela. ah. pra ela todos os domingos eram iguais. domingo era dia de acordar a qualquer hora. e ela acordava a qualquer hora. olhava no celular as horas. e pensava. ainda não é qualquer hora. devia ser qualquer hora tarde. sim. qualquer hora ela levanta. e pensa. pensa que é domingo. abre a persiana. olha lá fora. aquela claridade de domingo. aquela claridade que raramente é clara. aquela claridade que só o domingo tem. levanta. troca de roupa. e é domingo. domingo é dia de usar aquela roupa. aquela roupa que ela nunca usaria durante a semana. aquela roupa que só pode ser usada durante a semana depois de ser usada num domingo. aquela roupa que sai pelas ruas procurando olhares. de aprovação. de reprovação. não interessa. olhares. o que ela quer. o que ela quer é que aquele domingo. um daqueles que são todos iguais. seja diferente. é nos olhares. é nos olhares que o domingo é diferente. mas os olhares. ah! os olhares são olhares de domingo. sim. e os domingos. os domingos eram sempre iguais. chega o almoço. o lugar varia. mas ah. isso não difere os domingos. o lugar varia. mas é sempre domingo. é sempre a mesma sensação de domingo. aquela sensação de se escolher. escolher sozinha pra que lado ir. se pra direita. se pra esquerda. escolher sozinha o que comer. se carne. se frango. e escolher sozinha o que se beber. coca. sempre coca. e enquanto espera. lê. lê. todo domingo é igual. todo domingo tem um almoço. sozinho. e um livro. o livro. o livro as vezes muda. mas demora. e o livro dos domingos. ah. o livro dos domingos. tem sido o do cartola. no primeiro domingo do cartola. ah. aquele domingo. aquele domingo parecia que não ia ser igual. porque naquele domingo. ela não ia almoçar sozinha. ela ia almoçar com o cartola. mas no fim do almoço. ah. o domingo foi igual. mas neste domingo. não foi diferente. era ela. era frango. era coca. e era cartola. era um domingo agradável. sim. era igual. mas igual. igual é agradável. não confunda. mas esse domingo. esse domingo aconteceu uma coisa diferente. todo domingo era igual. entre as linhas dos livros. era uma conversa paralela. e seus olhos acompanhavam as linhas do livro. mas seus ouvidos acompanhavam a conversa alheia. sim. era inevitável. por muitas vezes. ah. por muitas vezes a vontade era fechar o livro. pedir licença. pro cartola. e participar da conversa alheia. ah. muitas vezes. muitas vezes aquela conversa lhe chamava. e ela quase ia. mas não ia. mas não ia. mas dessa vez. dessa vez foi diferente. ela sentou. pediu o frango. a coca. e chamou cartola. e duas senhoras. duas senhoras sentaram na mesa ao lado. era como mãe e filha. ou filha e mãe. ou irmãs. ela não sabia. naquela idade. mãe e filha se confundem. e ela ficou reparando. de rabo de olho. pela tangente. uma disse. o que você vai beber. água. e a uma disse. eu vou beber guaraná. e pediram pro garçom. e ele trouxe. depois disso. depois disso ela ficou a observar. isso. a olhar. a reparar. porque ouvir. não. ouvir ela não pode ouvir nada. as duas almoçaram. e as palavras água. guaraná. ecoavam no ouvido dela. água. guaraná. guaraná. água. e mais nada. almoçaram. não sei por quantos minutos. todo domingo é igual. o tempo passa de uma forma estranha. o tempo passa sem que se saiba quanto tempo passou. mas elas ficaram ali. mastigavam. bebiam. e ela. ela a observar. não falaram uma palavra. não trocaram um sorriso. não. não fizeram nada. e ela ficou pensando. sim. esse domingo foi diferente. ela ficou o resto do dia pensando. se aquilo. ah. se não falar nada. se não falar nada era bom. pra ela sempre foi tão estranho. tão estranho almoçar e não falar nada. era por isso. era por isso que levava o cartola. porque sentia que ouvia. sentia que falava. fingia que conversava. mas aquelas duas senhoras. ah. aquelas duas senhoras. juntas. caladas. porque caladas? porque juntas? ah. depois disso. depois disso ela pensou. mas não entendeu. não. não entendeu nada. mas ela sabe. sabe que depois daquele domingo. ah. os domingos. os domingos nunca hão de ser iguais.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

minha magrelinha vai trazer amor pra mim, pode ser no copo, na caixinha ou coisa assim…




a minha saudade é assim. como uma parábola. segunda derivada negativa. como um u. assim. com um U. com ponto de mínimo. mas a segunda perna do U. ah. a segunda perna do U. essa perna não tem fim. tende ao infinito. ela começa forte. o tempo vai passando. ela vai passando. vai passando... vai passando... atinge um mínimo. aquele mínimo. ah. aquela sensação estranha. sensação estranha. aquela que você até esquece que tem saudade. mas esse ponto é fatídico. basta você atingir. é. uma vez que você atinge. já era. ela só cresce. e aí, honey. chegamos na segunda perninha do u. essa. essa não tem fim. essa no limite. se é que tem limite. tende ao infinito. essa só acaba. só acaba quando se mata a saudade. e às vezes. às vezes se mata em um minuto. às vezes se mata em um abraço. às vezes se mata em um beijo. às vezes se mata em um sorriso. às vezes se mata em mil dias. às vezes. ah. quando a saudade tende ao infinito. às vezes ela não se realiza nunca. não se mata nunca. às vezes nunca se encontra. não se mata a saudade. às vezes se encontra. mas mesmo assim. mesmo assim honey. às vezes tem sorriso. as vezes tem beijo. às vezes tem abraço. e mesmo assim. não se mata. não se mata nunca essa saudade.

****

seque a música mais bonita sobre saudade que eu conheço.

pedaço de mim
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque

oh, pedaço de mim
oh, metade afastada de mim
leva o teu olhar
que a saudade é o pior tormento
é pior do que o esquecimento
é pior do que se entrevar

oh, pedaço de mim
oh, metade exilada de mim
leva os teus sinais
que a saudade dói como um barco
que aos poucos descreve um arco
e evita atracar no cais

oh, pedaço de mim
oh, metade arrancada de mim
leva o vulto teu
que a saudade é o revés de um parto
a saudade é arrumar o quarto
do filho que já morreu

oh, pedaço de mim
oh, metade amputada de mim
leva o que há de ti
que a saudade dói latejada
é assim como uma fisgada
no membro que já perdi

oh, pedaço de mim
oh, metade adorada de mim
leva os olhos meus
que a saudade é o pior castigo
e eu não quero levar comigo
a mortalha do amor
adeus


****

os créditos deste post vão pra minha neoclássica preferida... se não for a única... she knows who she is... maybe she doesn't speak english... :p


terça-feira, 1 de junho de 2010

deixa ser, como será, eu vou sem me preocupar


i got gaps. you got gaps. together, you know... we fill gaps.

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